GRS de Manhumirim fala sobre supostos casos de Febre Amarela na Região
10/01/2017 - 16h26 em Notícias

A Fundação Ezequiel Dias (Funed) está analisando materiais de 23 pessoas que podem ter contraído febre amarela, com 14 mortes em cidades do interior do estado de Minas Gerais.

As cidades com mais casos prováveis, entre esses 16, são Imbé de Minas, com 3; e Caratinga, Ubaporanga e Ipanema com 2. Ainda foram registrados casos prováveis nas cidades de Inhapim, Piedade de Caratinga e São Domingo das Dores, Itambacuri, todas no vale do Rio Doce; e Frei Gaspar, Ladainha e Poté, no Vale do Mucuri.

Em Entre Folhas e São Sebastião do Maranhão, ambas no Vale do Rio Doce, não foram registrados casos prováveis, mas houve registro de casos de mortes em macacos e animais doentes. Em Caratinga, São Domingo das Dores, Ipanema e Ladainha também houve registro de macacos mortos ou doentes.

O cenário motivou o Ministério da Saúde a comunicar um surto de febre amarela no Brasil à Organização Mundial da Saúde (OMS).

Segundo o gerente regional de saúde Ronaldo Lopes a GRS está desenvolvendo trabalhos de conscientização e investigação dos casos suspeitos na região de Ipanema. “Temos a informação de um óbito na cidade de Ipanema e outros que vieram a óbito na região de Caratinga. Tudo isso está sendo investigado e levado aos laboratórios, para que se tenha um laudo. Oportunamente, isso será divulgado para que possamos tomar as providências em relação a essa situação”, diz Ronaldo.

O gerente pede que a população se tranquilize já que os devidos trabalhos para evitar a proliferação da possível doença aconteça. “ Eu quero dizer à população da nossa região que fique tranquila. Está sendo feito um trabalho de cerco onde aconteceu isso com a vacinação das pessoas nesses locais. Temos os técnicos da da GRS de Manhumirim que já estão disponíveis para fazer este trabalho, e no momento aguardamos uma nova equipe de Belo Horizonte para nos dar cobertura a respeito desse assunto”, explica.

Ronaldo ressalta que a vacinação contra a febre amarela já faz parte do calendário de vacinas e que muitas pessoas já estão imunizadas. “Não são todos que devem buscar o posto de saúde para a vacinação. Mas é muito importante que a gente tenha consciência de que o mosquito transmissor da febre amarela é o mesmo da zika, da chicungunya, da dengue. Então nós temos que fazer o nosso dever de casa. Olhar os nossos quintais, as vias públicas. Isso é um papel do poder público, mas também das pessoas fazendo com que assim, consigamos eliminar os focos na cidade e também na zona rural”, pontua evidenciando que as pessoas devem ter cuidado com os locais onde possam ter a presença macacos que possam ser o transmissor da febre amarela.

Além disso, a GRS alerta a população às notícias que chegam através das redes sociais. “É importante que a gente tenha uma notícia exata, correta, para que possamos tomar as devidas providências e não aja alarme falso. Mas por outro lado, para que também não aja uma inércia da população e nem da nossa parte da GRS. O momento agora é de cautela, de cuidado, e prevenção para que a gente não crie alarde. Estamos fazendo os trabalhos, monitorando dia e noite para que a população seja informada daquilo que deve e se pode fazer”, conclui o gerente regional.

Já o coordenador da Vigilância em Saúde da Gerência Regional de Saúde, Juliano Estanislau Lacerda, reforça a relação da população com a prevenção e combate ao mosquito aedes já que os casos não foram confirmados. “O que podemos informar até o momento é em relação à prevenção. Já existe a campanha de combate ao Aedes egypiti e estamos sempre discutindo a questão da dengue, zika e chincungunya. Foi feito um trabalho com a regional de todos os municípios presentes, e com relação à febre amarela ele não é diferente. A prevenção é extremamente importante. A utilização de telas se preciso a utilização de inseticidas, e do repelente é de extrema importância”, conta Juliano.

A vigilância regional também afirmou que até o momento não há nenhum caso confirmado e se fala em suspeitas relacionadas a ligação territorial próximo `cidade de Caratinga e região. “Todos devem se prevenir até porque estamos falando de um mosquito que transmite várias doenças. Com relação a febra amarela temos uma preocupação mais localizada em algumas regiões, como o caso de Ipanema por ter essa ligação territorial próximo à Caratinga, que são locais onde existem as suspeitas dessas pessoas que foram hospitalizadas e até vieram à óbito, mas ainda aguardamos a confirmação laboratorial.

Mais uma vez, a recomendação é a de prevenção evitando locais de risco, como matas, e se for necessário entrar se proteger. Para Juliano, a maior preocupação no momento com a região de Ipanema, porém, segundo o coordenador da vigilância a vacinação na área extrapola 100%. “Aquilo que é preconizado tanto pelo Ministério da Saúde quanto pela Organização Mundial da Saúde, foi monitorado e confirmado pela regional, e essas pessoas foram sim vacinadas dentro daquilo que é especificado pelo Ministério da Saúde.”, encerra.

 

O responsável pelo setor de Vigilância Epidemiológica Regional de Manhuamirim, Ernesto Grilo também informou que uma das pessoas suspeita de contrair febre amarela está internada no Hospital César Leite, em Manhuaçu, em situação estável. Ernesto conta que de imediato foi realizada uma reunião multidisciplinar tanto com a equipe do regional quanto com a equipe de Ipanema, reunindo a Imunização, as referências técnicas de endemias e de biologia, e secretário de saúde para a tomada de ações. “Já estamos realizando um bloqueio vacinal daqueles que estão próximos aos casos acometidos. Instruímos toda a comunidade que fique alerta a qualquer sinal ou sintoma de febre, dor no corpo, qualquer extravasamento asmático sanguíneo, para que seja encaminhado imediatamente ao posto de saúde para atendimento”, relata Ernesto que também irá a Ipanema para encaminhar os trabalhos de investigação para saber se há circulação viral ou não da doença.

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